Se me perguntarem se acho que nos próximos dez anos vai estalar a Guerra entra a China e Taiwan, a resposta é Sim.

Joe Biden, presidente norte americano, foi claro hoje nas suas declarações, durante a sua visita oficial ao Japão, sobre as pretensões chinesas em Taiwan. Em caso de agressão chinesa à ilha, os Estados Unidos da América utilizarão a força para a defender. É uma resposta direta e ameaçadora a Xi Jinping, que já assumiu que pretende invadir Taiwan e, convenhamos, não vai recuar nas suas intenções.

Para o próprio Xi Jinping, que já assumiu que até 2050 a China será a potência hegemónica global, Taiwan é uma pedra no sapato que vai ter que ser descartada. E que pedra!

Se é verdade que como potência mundial a China já assegurou a sua supremacia Económica, tanto através da produção interna a baixo custo como do controle da matéria-prima de outros países, principalmente na América do Sul e no continente africano, Taiwan representa antes de tudo uma brecha na sua Segurança Militar.

Na verdade, ameaças como esta entre os Estados Unidas da América e a China não são novidade. O próprio Xi Jinping já garantiu que a unificação é inevitável, mesmo sabendo que essa unificação significa o início duma Guerra prolongada e destrutiva.

O Contexto Histórico desta ferida Aberta é conhecido. Em 1949 as forças comunistas de Mao Tse Tung, após vencerem a Guerra Civil na China, fundaram a República Popular da China. O seu opositor, Jiang Kai Shek, nacionalista e pró-americano, refugiou-se na ilha e fundou a República da China. Desde então que a República Popular da China faz uma pressão enorme sobre a pequena ilha e a verdade é que Taiwan não é reconhecido como país pelas Nações Unidas.

Taiwan, no entanto, insiste na sua independência como país. Tem bandeira, hino e governo próprios. A sua atual presidente é uma mulher, Tsai Ing-wen, que tem seguido a política anterior de estabelecer parceiras económicas com diversos países no mundo inteiro. Foi ela quem recusou a proposta de Reunificação com estatuto especial de Autonomia (à semelhança de Hong Kong) feita por Xi Jinping.

O que está em causa, portanto, é um povo que tem um estilo de vida completamente diferente do da República Popular da China, onde conceitos tão simples como Democracia e Direitos Humanos, aos olhos dos seus vizinhos, seriam anulados caso Taiwan perdesse a independência.

Recusada a Reunificação resta apenas uma via, a da invasão e portanto da Guerra. Sejamos práticos e objetivos nesta matéria: A China controlaria Taiwan em apenas duas ou três semanas sem nenhuma dúvida, dada a sua supremacia militar face a Taiwan, mas sofreria muitas baixas e causaria ainda mais baixas civis, o que provocaria uma resposta internacional principalmente na resistência à importação de toda a Mais Valia que a China produz. Isto, claro, sem contarmos com as mais do que evidentes ajudas externas dos Estados Unidos e do Japão a Taiwan.

O processo já começou há muito tempo, na verdade, e o Mar do Sul da China, o mais movimentado do nosso planeta (um terço dos navios cargueiros passa por ali), é hoje um autêntico barril de pólvora dada a construção de ilhas artificiais militares chinesas. Essa mar banha também a costa marítima das Filipinas, do Vietname, da Malásia e do Brunei, mas a zona económica exclusiva de cada um desses países já foi anulada por essas construções e, pior ainda, pelas declarações do próprio presidente Chinês que reivindica todo o Mar para si mesmo. É um abuso? É. teve uma resposta à altura da comunidade internacional? Não.

A partir dessas ilhas é possível à China enviar caças e bombardeiros a cada um dos países vizinhos, já que todas elas têm pista de aviões e presença da Força Aérea Chinesa e atualmente apenas navios e aviões americanos ousam navegar ou sobrevoar a zona causando regularmente tensões entre os dois.

Voltando a Taiwan, torna-se evidente que do ponto de vista chinês não pode permanecer independente. É por isso que se tem reforçado como pode militarmente. Já opera os caças F16 mais avançados do planeta, tem centenas de mísseis e minas anti-navio (a China só poderá fazer uma invasão por mar ou pelo céu), mísseis terra-ar, drones militares e gastou recentemente muitos milhões em armamento, tudo para tentar fazer recuar as ameaças chinesas, que se têm concretizado através de exercícios militares com violações constantes do espaço aéreo e marítimo de Taiwan.

Se me perguntarem se acho que nos próximos dez anos vai estalar a Guerra entra a China e Taiwan, a resposta é Sim.

Links de suporte: 

Reuters (declarações de Joe Biden)

Straitstimes (Xi Jinping fala da Reunificação)

DW (Taiwan recusa proposta chinesa) 

BBC (ilhas no Mar do Sul da China) 

Tha Guardian (China invade espaço aéreo de Taiwan)



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