Do Ódio

As pessoas mais sensíveis não devem ver este vídeo. Mesmo que eu não publique vídeos com sangue nem corpos esquartejados, que os há, esta pequena compilação do que está acontecer em Israel e na Faixa de Gaza mostra alguns raptos, assassinatos e violência.
É que ontem mesmo Israel sofreu um ataque pesadíssimo de militares do Hamas que resultou, pelo menos, na morte de mais de duzentos civis israelitas. Os números não são ainda conhecidos, mas sabe-se também que foram raptadas algumas dezenas de civis e militares e que há centenas de feridos. De qualquer forma, independentemente do número final, este é o maior ataque sofrido por Israel em décadas.
É fácil perceber que desta vez a Mossad falhou redondamente nas suas funções e foi incapaz de prever a invasão dos militares do Hamas, que divididos em vários pequenos grupos assaltaram e ocuparam vários postos fronteiriços. A partir daí foi só invadir a zona sul de Israel e executar sumariamente o maio número possível de civis israelitas.
Na verdade, no momento em que escrevo estas linhas, a resposta israelita já teve início mas ainda há combates no sul de Israel e combatentes palestinianos a cruzar a fronteira.
No entanto, não terá sido apenas um erro dos serviços secretos de Israel a permitir este ataque, mas também o apoio claro do Irão e provavelmente da Rússia, o que demonstra claramente que o confronto actual entre o Ocidente e a Rússia ultrapassa muito a questão da Invasão da Ucrânia e está-se a alastrar, pelo menos, a alguns país africanos e ao Médio Oriente.
Para além das mortes, dos feridos e dos raptos, foram também destruídos alguns tanques Merkava, o principal tanque das Forças Armadas de Israel, sendo que pelo menos um desses tanques foi mesmo capturado. O ataque do Hamas foi ainda complementado pelo lançamento de vários foguetes, alguns dos quais conseguiram ultrapassar o famoso escudo protector de mísseis de Israel, o Iron Dome.
O Hamas considera-se um grupo de resistência da Palestina, de inspiração sunita (o que constitui a maioria do Islão) e o seu braço armado nasceu do movimento das Brigadas Izz ad-Din al-Qassam, que esteve por trás da primeiras Intifada em 1987, ou seja, a revolta de palestinos da Cisjordânia contra Israel. É também considerado um Grupo Terrorista pela maior parte dos países Ocidentais.
De qualquer forma, os ataques não foram feitos a partir da Cisjordânia mas sim a partir da Faixa de Gaza e a resposta de Israel já teve início e ninguém acredita que será leve. Para já com o lançamento de vários mísseis para posições do Hamas, mas que deverá envolver também uma invasão terrestre nos próximos dias, já que o governo de Israel já chamou cerca de 80 000 militares na reserva. A invasão terrestre será também uma decisão normal tendo em conta a existência de reféns israelitas nas mãos dos palestinianos
Benjamin Netanyahu avisou os civis palestinianos que devem sair da faixa de Gaza para não sofrerem as consequências do ataque israelita, mas na verdade o direito à mobilidade é algo que não existe por ali, pelo que a somar às vítimas civis israelitas vamos ter agora as da fixa de Gaza.
O Ataque do Hamas foi celebrado nas ruas por palestinianos em todo o mundo. As redes sociais estão repletas também de publicações Pró-Palestina e Pró-Israel, o que é apenas um barómetro do ponto a que esta situação chegou, em que não há mesmo uma solução nem a curto nem a médio prazo.
Israel é uma potência militar brutal e, para quem não sabe, o maior exportador do mundo de tecnologia militar (não de armamento) que nunca parou de se desenvolver desde a histórica vitória na Guerra dos Seis Dias, em 1967, quando derrotou a Liga Árabe, constituída pela Síria, Egito, Jordânia e Iraque apoiados pelo Kuwait, Arábia Saudita, Argélia e Sudão (o Irão sofreu a Revolução Islâmica apenas em 1979). Israel triplicou o seu território nessa guerra.
O processo de Paz Israelo-Palestiniano veio a ter um acordo assinado em Oslo apenas em 1994, pelo ministro de Israel Yitzhak Rabin e pelo presidente a Organização de Libertação da Palestina Yasser Arafat. O acordo previa a retirada das forças armadas israelitas da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, a criação de um governo palestiniano e o reconhecimento do Estado de Israel. Nunca nada foi cumprido.
No ano de 2000 deu-se a segunda Intifada e desde então nunca mais houve um processo de Paz.

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