Japão e Estados Unidos, de Inimigos a Aliados

Nos dias 6 e 9 de agosto de 1945, os Estados Unidos utilizaram pela primeira vez na História da humanidade bombas atómicas. A vítima, como é largamente sabido, foi o Japão, no contexto da guerra do Pacífico, inserida na Segunda Guerra Mundial. Naqueles dias as cidades de Hiroshima e Nagasaki foram totalmente destruídas e a grande maioria dos seus habitantes mortos.

A Rendição Total do Japão deu-se a 14 de Agosto seguinte e, na sua sequência, o país foi ocupado pelo Exército dos Estados Unidos da América até 1952, após a assinatura do Acordo de Paz de São Francisco no ano anterior.

Embora o Japão estivesse totalmente devastado pelas duas bombas atómicas, rendeu-se apenas na sequência da Declaração de Potsdam, onde o então presidente norte americano  Harry S. Truman ameaçou os japoneses com a destruição total do país se não se rendesse.

Na Sequência, as Forças Armadas do Japão têm ainda hoje o nome de Forças Armadas de Auto-Defesa Japonesa  já que o Japão ficou proibido de ter Forças Armadas ofensivas.

A realidade no Pacífico mudou bastante desde a década de 50 do século passado e, curiosamente, o Japão é hoje um dos maiores aliados dos Estados Unidos da América. O surgimento da China como grande potência económica e militar, assim como sua iminente invasão a Taiwan, de que já escrevi aqui, é a causa.

É que Xi Jinping ameaça constantemente Taiwan mas também o Japão, onde o ponto mais quente são as desabitadas Ilhas Senkaku, que apesar de japonesas são reclamadas pela China desde que em 2012 se soube que têm gás natural, e a ilha Yonaguni, que apesar de habitada por japoneses é vista pela administração chinesa como uma extensão natural de Taiwan (fica a 125 quilómetros) e, portanto, chinesa.

Estas ilhas, que ficam a Sul do arquipélago de Okinawa fazem já parte de uma linha de Defesa Militar japonesa bem armada e capaz de perceber qualquer ofensiva chinesa através de Radares e Sonares assim como todo o tipo de armamento.

A pergunta que se impõe é se o Japão seria capaz de conter uma ofensiva militar chinesa na região e a resposta é que não. Apesar de ter umas Forças Armadas modernas e de conseguir sem dúvida fazer um grande estrago num ataque chinês, o Japão precisa de aliados na região. É essa corrida para se aproximar dos seus Aliados naturais, ou seja, que tem permitido que o Japão venda armamento àqueles que sofrem com as ameaças e o os abusos da China no mar do Sul da China, ou seja, as Filipinas, a Malásia, o Vietname e até a Austrália.

Todos estes países estão dispostos a apetrechar as suas Forças Aéreas com o Mitsubishi F-2, um caça feito no Japão a partir do projeto do americano F-16. Este avião é apenas um dos muitos exemplos de cooperação militar entre os Estados Unidos da América e o Japão e que permitiu a este último ter um dos Exércitos mais Avançados do mundo no momento.

Dos anos 50 ao presente a História entre os Estados Unidos da América é tão simples como esta, uma passagem rápida de inimigos a aliados estratégicos. falta saber durante quanto tempo poderão conter a ameaça chinesa.

Leitura Adicional:

O F-2 na Airforce Technology

Japan Forward, artigo de opinião 

Venda do F-2 Japonês

Eurasian, a Linha defensiva japonesa 

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